18.8.08


Buçaco, fotografia de João Almeida Santos.

A floresta varia com a cor do nosso olhar. As vezes pode ser uma espécie de paraíso lustral, de onde surge um rosto purificado de mulher, como me sucedeu um dia no Buçaco. Trazia os olhos claros, limpos de quanto era humano, salvo ela, a mulher, a única que podia ser humana, porque tinha roubado à floresta o que um dia pertencera aos deuses, o carácter breve e irreal de outro mundo, onde o tempo parecia ter deixado de se medir pelo pulsar do coração e das cidades.

© nd

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