Nestes quinze dias de silêncio no blogue, algo pouco recomendável para a saúde dele, sucederam-me três coisas, entre tantas outras que são do meu de certo modo agitado dia-a-dia.
Uma foi ter iniciado um projecto que requer tempo e paciência, e é, em boa parte, responsável por este silêncio.
Outra, ter assistido, pela terceira ou quarta vez, à representação de Antígona, de Sófocles, agora pela companhia do Teatro Nacional São João, com encenação de Nuno Carinhas.
Houve algo nesta encenação que não me pôs a levitar, ao contrário da que anteriormente vira, de um grupo galego, cujo nome não recordo. Esse algo, concretizo agora, teve a ver com a rigidez da colocação e interligação dos actores, que o próprio cenário, por demasiado óbvio, impunha, mantendo-se assim mais perto do que teria sido a representação original, vulgarizando-se com o não uso de meios cénicos, de que a encenação contemporânea se vale, para fazer do Teatro a mais expressiva das artes, que todas chama a si para o conseguir, do cinema à poesia.
Ontem, o Coro de Câmara da Universidade de Lisboa veio a este velho burgo, e trouxe consigo a contralto Maria João Fernandes, também pintora, licenciada pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, dona do blogue Eco e autora da capa deste e de outros livros. Com o Coro, veio o seu fundador e antigo maestro, José Robert, que terminou o concerto em apoteose, com peças de Rossini do período em que deixou de compor óperas, uma das quais se pode escutar no vídeo acima, mas em outra interpretação. O coro Schola Cantorum do orfeão local, iniciara o concerto com cinco cantochões monótonos e com uma bela composição laica e medieval a fechar.
Entretanto, o piano que era para duas das peças de Rossini, ficou-se nas covas, não apareceu (um piano pesa), e foi substituído por um ligeirinho piano eléctrico de timbre esquisito. Não lembrava ao diabo. O que vale é que somos todos portugueses, pianistas incluídos, e é suma a nossa arte do desenrascanço.
Uma foi ter iniciado um projecto que requer tempo e paciência, e é, em boa parte, responsável por este silêncio.
Outra, ter assistido, pela terceira ou quarta vez, à representação de Antígona, de Sófocles, agora pela companhia do Teatro Nacional São João, com encenação de Nuno Carinhas.
Houve algo nesta encenação que não me pôs a levitar, ao contrário da que anteriormente vira, de um grupo galego, cujo nome não recordo. Esse algo, concretizo agora, teve a ver com a rigidez da colocação e interligação dos actores, que o próprio cenário, por demasiado óbvio, impunha, mantendo-se assim mais perto do que teria sido a representação original, vulgarizando-se com o não uso de meios cénicos, de que a encenação contemporânea se vale, para fazer do Teatro a mais expressiva das artes, que todas chama a si para o conseguir, do cinema à poesia.
Ontem, o Coro de Câmara da Universidade de Lisboa veio a este velho burgo, e trouxe consigo a contralto Maria João Fernandes, também pintora, licenciada pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, dona do blogue Eco e autora da capa deste e de outros livros. Com o Coro, veio o seu fundador e antigo maestro, José Robert, que terminou o concerto em apoteose, com peças de Rossini do período em que deixou de compor óperas, uma das quais se pode escutar no vídeo acima, mas em outra interpretação. O coro Schola Cantorum do orfeão local, iniciara o concerto com cinco cantochões monótonos e com uma bela composição laica e medieval a fechar.
Entretanto, o piano que era para duas das peças de Rossini, ficou-se nas covas, não apareceu (um piano pesa), e foi substituído por um ligeirinho piano eléctrico de timbre esquisito. Não lembrava ao diabo. O que vale é que somos todos portugueses, pianistas incluídos, e é suma a nossa arte do desenrascanço.