20.2.11

L'Atalante




Acabei de rever L’Atalante, de Jean Vigo, e, neste domingo de chuva cinza, uma espécie de esperança sem objecto instalou-se-me no fluxo do sangue. Afinal há sempre um rasto que parece salvar-nos das perspectivas correctas do pensamento e das contradições de que, sendo nós em parte democraticamente responsáveis, somos vítimas reais, tal como os que se revoltam e morrem nas cidades de areia do petróleo. Estamos todos metidos nisto, nós e eles. As ratazanas, grandes e pequenas, é que não. Difundiram a peste, observam a alta de preços e a fome, e jogam para ganhar com elas. Fugirão quando for preciso. A História conta-nos que têm voltado sempre. Pelo contrário, nós ficamos sem arredar pé, à espera de um Atalante que nos faça crer em algo, sem outra urgência suficiente, por agora.
 
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