Se perguntarem o que queres dizer com o poema x ou com determinada passagem do poema y, tens que explicar com honestidade o que escreveste. Ou que não te perguntem nada, que sejas tu a perguntar aos teus botões. A não ser assim, corres hoje o risco de te considerarem batoteiro e, pior, de concluíres ser gato em vez de lebre aquilo que escreves. A palavra voltou ao seu uso sem equívocos. A poesia hoje dispõe de meios claros para alargar a sua própria significação, sem recorrer ao fatigado, serôdio e suspeito ocultismo do sentido. Já lá vai o tempo dos demiurgos e a escrita automática nunca existiu.
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