Um dia converto-me ao Islão
e levo na cintura mil e uma granadas
como se fossem as mil e uma noites
contadas ao contrário,
e vou sentar-me na mesa oval,
da mais alta das torres, à espera
de o conselho chegar e reunir-se,
e quando estiver em discussão acesa
o whisky que se irá beber a bordo
dos falcões de platina, e a que rubrica
do OGE deverá imputar-se o custo,
eu grito: «a esta» e puxo uma cavilha,
e o fogo de artifício será visto
em toda a capital e na TV,
bem como o horrendo crime de Mafoma,
crime de lesa-pátria, dirão todos.
Nuno Dempster
Nuno Dempster