Um dia converto-me ao Islão
e levo na cintura mil e uma granadas,
como se fossem As Mil e Uma Noites
contadas ao contrário,
e vou sentar-me na mesa oval
da mais alta das torres, à espera
de que o conselho venha reunir-se,
e quando estivermos a discutir
o whisky que se irá beber a bordo
do Airbus oficial e a que rubrica
do OGE deverá ser deduzido o custo,
eu digo a esta e puxo uma cavilha
e o fogo de artifício das granadas
há-de ser visto em toda a capital.
Logo a TV em brados grita crime,
crime de lesa-pátria, horrendo e negro.