13.6.14

Novo romance de H. G. Cancela

Saiu com data do mês passado, publicado pela Relógio d'Água. Transcrevo o início de um parágrafo onde os meus olhos pararam. Pararam nesse, poderiam ter parado noutro. Não foi escolhido, mas parece. Adivinho assim a escrita de muitos parágrafos, tal como no romance anterior de H. G. Cancela. Cria ambientes com as próprias personagens, no que dizem, no que escondem, no que lhes é indiferença  ou abandono, uma humanidade que parece conduzida às últimas consequências de existir. 

«Ligava às vezes, vinha quando vinha, não tinha de lhe dar satisfações. Pagava-lhe. Ficou calada, de olhos no chão, movendo lentamente os pés sobre a superfície húmida. Tornou a sentar-se, descalçou-se, afastou as sandálias para debaixo do banco. perguntei-lhe se a mãe costumava ficar tanto tempo sem ver as crianças. Não respondeu. (...)»



 
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