9.10.14

O último poema de uma suicida



BARBITÚRICOS

O dia chega ao fim quando o sol se põe
para aqueles que apenas
vêem com claridade.

A alegria da noite é falsa
ou, se quiserem,
efémera, e o silêncio alastra
com desespero igual.

Nos dois lados da Terra,
em cada minuto
há corpos que se anulam.

A morte sem ruído é a mais digna,
ninguém dá pelo gesto
e suja menos.


© Nuno Dempster
 

 
Free counter and web stats