24.2.09

Courbet e Buonarroti

Eu, que em Florença não reparei nas medidas de David, fizeram-me reparar mais tarde no tamanho do membro daquele que iria vencer Golias, qualquer coisa como o meu polegar, que não é membro, é dedo. É que no Renascimento não existiam ainda anarquistas, embora não seja despiciendo imaginar que David houvesse tido por modelo um efebo de Michelangelo Buonarroti.

De qualquer modo, por essa época, praticava-se, na escultura, o culto inverso das monster de que cedo, na juventude, dei conta em Amesterdão, ali para os lados das Red Lamps, onde a polícia é muito mais despudorada que a de Bracara Augusta, e onde uma loira aguentava qualquer coisa parecida à coisa negra de um burro.


Isto não é racismo e não se escandalizem. Não só estive o tempo de apenas ver três ou quatro viagens do êmbolo, como também fiquei a saber o que aquilo resultava em mim e, logo a seguir, a conhecer a água das pedras holandesa. Oxalá esta inconfidência seja do conhecimento do governador civil e do arcebispo de Braga, porque isto se passou antes da adesão de Portugal à CE e depois do Tratado de Roma, e agora que somos partícipes (ia escrever membros) de pleno direito, a actualização da moral e dos costumes impõe-se tanto ou mais do que o neoliberalismo e a obsessão papagaiesca do deficit, que rapidamente se adoptaram como virtude e apenas servem para nos lixar os miolos.
 
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