10.2.10

Cícero disse: errare...





















Não há duas sem três. Ainda a antologia Divina Música. Por informação de um amigo providencial, faltou-me referir como de Timor-Leste o poeta João Aparício, de quem transcrevo o poema abaixo (pág. 88). A informação sobre a dança, que dá o título ao poema, é muito mais detalhada, pelo que só cito o que me pareceu essencial para bom entendimento. Entretanto, corrigi aqui não só essa falta, mas também a de um nome trocado, o de João Rasteiro: chamei-lhe Rui, que não é nenhum nome feio. Nessa altura, eu devia estar a pensar em aliterações.

TEBE-TEBIDAI-BIDU

Laveiras – Caxias, 4 de Abril de 1955

Que forte e pura
A melodia das tebe-tebidai-bidu!
Anima a semente que ainda dorme,
Ergue-lhe o rosto da terra
Para o bálsamo de Janeiro.

E quando o sol da minha vida
Se enlaça com a melodia,
Uma novíssima semente coroada de kaibauk,
Fecunda e madura, germina
Entre os lábios do meu lindo coração,
Rasgando colinas e montes,
Abalando o céu azul,
Cobrindo de canções todo o universo!

Notas do autor, João Aparício:
Tebe-tebidai-bidu: Danças e cantares tradicionais.(...)
kaibauk: Adorno em forma de meia-lua, em ouro ou prata, utilizado na testa, preso à cabeça, em cerimónias solenes.
 
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