6.10.12

Quando as mulheres falam mais alto


 Maria da Fonte, António Augusto da Costa Motta, 1920, Lisboa, Campolide.

Ontem foi o dia da vergonha, o insulto colectivo, as hienas mandatadas, os servos acantonados no bunker, os fugidos, os ratos de esgoto, os Vichys de uma nova e diferente ocupação insaciável que nos consome. 
 Padeira de Aljubarrota, José Aurélio, 1985, Aljubarrota.

Mas há sinais que nos mantêm de pé, exemplos que se repetem em género: Brites de Almeida, Deu-la-Deu Martins, as mulheres de Maria da Fonte, e as muitas anónimas de que não há testemunho porque a História, como a Justiça, serve a classe dominante. 

 Ana Maria Pinto e Luísa Trindade, Lisboa, 5 de Outubro de 2012

Assim pois nesse tempo como ontem: Luísa Trindade que irrompeu em busca do homem que erguia a bandeira ao contrário; Ana Maria Pinto, cantora lírica, a entoar, no fojo, Firmeza de Lopes-Graça e José João Cochofel,  enquanto os seguranças levavam Luísa Trindade.

 
No dia anterior, as violentas intervenções na Assembleia da República de Heloísa Apolónio e Ana Drago, quando da moção da censura ao desgoverno. Tenho para mim que são as mulheres a empurrar a História, (também) empurrando os homens, para que todos, juntos, a façam.
 
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