Maria da Fonte, António Augusto da Costa Motta, 1920, Lisboa, Campolide.
Ontem foi o dia da vergonha, o insulto
colectivo, as hienas mandatadas, os servos acantonados no bunker, os
fugidos, os ratos de esgoto, os Vichys de uma nova e diferente ocupação
insaciável que nos consome.
Padeira de Aljubarrota, José Aurélio, 1985, Aljubarrota.
Mas há sinais que nos mantêm de pé, exemplos
que se repetem em género: Brites de Almeida, Deu-la-Deu Martins, as
mulheres de Maria da Fonte, e as muitas anónimas de que não há testemunho porque a História, como a Justiça, serve a classe
dominante.
Ana Maria Pinto e Luísa Trindade, Lisboa, 5 de Outubro de 2012
Assim pois nesse tempo como ontem: Luísa Trindade que irrompeu em busca do
homem que erguia a bandeira ao contrário; Ana Maria Pinto, cantora lírica, a
entoar, no fojo, Firmeza de Lopes-Graça e José João Cochofel, enquanto
os seguranças levavam Luísa Trindade.
No dia anterior, as violentas intervenções na Assembleia da República de Heloísa Apolónio e Ana Drago, quando da moção da censura ao desgoverno. Tenho para mim que são as mulheres a empurrar a História, (também) empurrando os homens, para que todos, juntos, a façam.
No dia anterior, as violentas intervenções na Assembleia da República de Heloísa Apolónio e Ana Drago, quando da moção da censura ao desgoverno. Tenho para mim que são as mulheres a empurrar a História, (também) empurrando os homens, para que todos, juntos, a façam.