6.1.08

A Poesia Não Há-de Morrer

Pêndulo – poesia – é o primeiro livro de Paulo Tavares (n. 1977), um poeta que já tinha surgido na blogosfera e nela se mantém. Pensei em analisar a estreia de Paulo Tavares em livro, como indicador do que poderá vir a ser a sua futura obra poética. Isto porque, felizmente, a organização do livro não obedece às normas quase programáticas de abordar um só tema, que vi em alguns livros de poetas da sua geração ou vizinhos dela. Paulo Tavares não seguiu esse caminho, e colher-se-ão as razões disso no antepenúltimo poema de Pêndulo, O Palco dos Dez Mil Poetas, que poderia ser o primeiro, o que, convenhamos, daria um tom provocatório que o livro não tem, nem o poema, afinal, se atentarmos no seu remate, um acto de esperança: “[(...)e se no final formos vencidos pela vida / pois que cantemos a saudade ou rebentemos os miolos / para outros mais jovens nos tomarem o lugar]”. Continua aqui.

5 comentários:

Anónimo disse...

Não esmiucei ainda o livro, mas venho lendo o Paulo há anos, nos blogues. E apreciei esta resenha, a generosidade de quem a fez e o rigor da leitura. De facto, a qualidade do dizer poético, a reflexão, o olhar-se um Eu no mundo, em que (e face a que) se posicionada, tudo isso e mais, faz da poesia do Paulo um caso singular. Não é uma alegria encontrar um poeta *novo*? Uma voz poética que, das ternas evocações agridoces da infância à denúncia de um mundo esvaziado de sentido, ao anseio de mudança, não faz cedências ao bonitinho ou à monotonia monocromática, monotemática, poseuse.

Anónimo disse...

A última frase do meu comentário é uma interrogação retórica, mas falhou o ponto de interrogação e acaba por parecer afirmar o contrário do que pretendo: que é uma alegria encontrar um poeta novo :) Leia-se então como interrogativa :-O

Nuno Dempster disse...

Dado o adiantado da hora, suponho, grande confusão parece ter feito, Soledade :)) A última frase não me parece nada interrogativa :-O E aquela que devia ter o ponto de interrogação já o tinha: "Não é uma alegria encontrar um poeta *novo*?" . Eu sei que é a ministra harpia que enche os profs de sono e lhes põe os olhos assim :-@@ à hora em que escreveu o comentário. Por isso, não ponho aqui o smile que me apetecia.

Anónimo disse...

Qual adiantado da hora? Adiantada está hoje! @^@
o
E, apesar disso, afirmo que a última frase tb poderia ter ponto de interrogação, dado que é continuação e explicitação da anterior. E se não fosse o cansaço - não precisamos de falar aqui de coisas feias como a mulher da 5 de outubro - teria mesmo ponto de interrogação :-)

Nuno Dempster disse...

Aí, com o sinal, em vez de interrogação retórica, passava a retórica barroca interrogativa :))

 
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